quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

As Substâncias Colocadas em Alimentos para que Você Coma Muito

Acontece com todos nós. Enquanto andamos pela rua, sem aviso prévio chega às nossas narinas um cheiro irresistível: um aroma de comida grelhada que imediatamente desperta nosso apetite. Como explica o escritor Michael Pollan em seu livro Cooked: A Natural History of Transformation, o cozimento dos alimentos de alto teor calórico fazem com que liberem uma série de substâncias que se tornam irresistíveis à maioria dos carnívoros. Nosso instinto nos indica que onde se encontra esse aroma há comida, e é especialmente apetitosa e que irá nos fornecer muitas calorias. É então quando giramos o pescoço e nos vemos babando em frente à uma lanchonete, churrascaria ou pizzaria.
A comida tem sido manipulada de formas muito inteligentes para que seja viciante e muito difícil deixar de comer”, explicou Pollan em uma entrevista ao El Confidencial. A indústria usa internamente termos como “viciante” ou blitz point (algo como “explosão de sabor”), e “snackability” (quão apetitoso é algo para petiscar). Eles estão deliberadamente trabalhando para criar uma comida que não podemos parar de comer. E eles sabem como fazê-lo, misturando basicamente sal, açúcar e gordura
Esta santíssima trindade de alimentos viciantes, mesclada nas proporções corretas tornam os alimentos irresistíveis. Como explica o premiado Pulitzer Michael Moss em seu livro “Salt Sugar Fat: How the Food Giants Hooked Us” (ou “Sal Açúcar Gordura: Como os Gigantes dos Alimentos nos Viciaram“) o processamento dos alimentos é pensado para nos oferecer “uma sensação de bem estar, ao ativar os mecanismos cerebrais que nos tornam dependentes“.
Mas a indústria alimentícia não utiliza apenas açúcar, gordura e sal. Ao longo do tempo seus produtos tornaram-se mais sofisticados e há uma série de substâncias amplamente estendidas que despertam nossos mais profundos instintos e nos convidam a comer mais e mais. Estas são as cinco mas perigosas, não só porque nos levam a ingerir mais calorias do que deveríamos, e sim porque são, em sua maioria, muito pouco saudáveis.
1. Nitrito de sódio
O bacon é um dos alimentos cujo aroma quando salta da panela torna-se mais atraente. E a culpa é do nitrito de sódio (E 250), um sal utilizado como conservante de carne e fixador de cor, em defumados, conservas, frios e enlatados. Seu uso se justifica porque impede o crescimento das bactérias esporógenas, responsáveis pelo botulismo, mas a quantidade que se pode adicionar às carnes está regulamentada, já que gera nitrosaminas, um composto químico cancerígeno.
O nitrito é utilizado combinado com outros sais, como o potássio e o nitrato de sódio, que constituem os chamados “sais de cura”, presente em todos os tipos de enlatados e carnes processadas. Seu aroma desperta a fome e seu gosto nos é muito atraente, pois destaca o umami, o quinto sabor, que está presente em muitas outras “joias” da indústria alimentícia.
Quando você vê ingredientes como a proteína vegetal texturizada ou o glutamato monossódico, são todos químicos conhecidos como umami“, explica Pollan. “Os humanos estão programados pela evolução para gostar, provavelmente porque seja o sabor da carne. O bacon é o melhor exemplo, tem todos os compostos químicos que configuram o umami”
2. Diacetil
diacetil é um produto químico natural que surge pela fermentação mas é adicionado artificialmente em alguns alimentos para criar um sabor parecido com o da manteiga. Está presente na maioria de margarinas, alguns óleos e em pipocas de microondas e outros petiscos, para dar-lhes seu popular e irresistível sabor.
Embora o composto ainda seja legal, tem sido objeto de uma grande controvérsia. Os aromas que desprendem da substância podem provocar algo conhecido como a “doença de pulmão de pipoca” ou a bronquiolite obliterante, uma doença que os trabalhadores de fábricas de pipoca sofrem devido a inalação da substância. Há dois anos atrás, o americano Wayne Watson conseguiu ganhar uma ação contra uma marca de pipocas por provocar-lhe a doença e embolsou 7 milhões de dólares. Ele esteve comendo dois sacos de pipoca diariamente durante 10 anos (fonte: ABC News).
3. Cafeína
A cafeína é a substância estimulante mais consumida no mundo e, embora seu consumo moderado pareça ter mais benefícios do que riscos, como a maioria das drogas, pode tornar-se viciante. A constante exposição à cafeína (presente principalmente em refrigerantes e no café), faz com que nosso cérebro diminua a secreção de sua própria substância estimulante, a norepinefrina, o que faz com que tenhamos que buscar este estímulo em fontes externas, ou seja, um outro refrigerante ou café.
4. Acrilamida
A reação de Maillard (ou glicação proteica) é um processo químico complexo que tem seu lugar quando aquecemos os alimentos a temperaturas muito altas. O processo libera uma série de moléculas que acrescentam sabor e aroma e que se tornam altamente viciantes, entre elas destaca-se a acrilamida, a substância responsável pela coloração própria da carne, a casca do pão ou a apetitosa cor das batatas fritas. Uma substância irresistível e provavelmente cancerígena em humanos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (fonte: OMS).
A acrilamida se forma em temperaturas superiores a 120°C, e embora possa aparecer quando cozinhamos em casa (especialmente se fritarmos ou fizermos um churrasco), é muito mais comum em produtos processados. Ela está presente na maioria dos petiscos, torradas, biscoitos e muitos produtos de confeitarias. A OMS considera que uma baixa concentração de acrilamida implica um baixo risco, mas não se consumida com frequência.
Reveja também o post relacionado “[ESTUDO] Como a Gordura no Fast Food Controla sua Mente“.


Leia mais: http://www.noticiasnaturais.com/2014/06/as-substancias-colocadas-em-alimentos-para-que-voce-coma-muito/#ixzz3KwHvjFTP

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